jueves, 30 de marzo de 2017

Os irmãos, a herança que nos enriquece

Os irmãos complementam a família e formam uma comunidade de destino. Não importa se nos conhecemos, se algum dia; moramos na mesma casa, na mesma cidade, pois a palavra irmão significa que nossa origem é a mesma, mãe e /ou pai, e que pertencemos ao mesmo sistema familiar. Eles chegam à nossa vida para nos ensinar que dividindo o amor se multiplica, mas nem sempre dividir é tão fácil. Quem já não escutou que; irmãos de verdade são aqueles que brigam? Além do amor e da atenção de nossos pais, avós, tios e outros membros da família, compartilhamos também o conjunto de regras e valores que recebemos deles, e que mais adiante nos servem de base para nosso próprio conjunto de regras e valores. Outra lição que nos brindam nossos irmãos é a compensação entre dar e tomar entre iguais. Chamamos de iguais uma relação onde não há hierarquia como, por exemplo, aquelas que se estabelecem entre um casal, primos e amigos. Ao receber algo de alguém somos impelidos a dar de volta, pois nos sentimos em dívida. Porém, às vezes, isso não acontece de forma natural, pois os irmãos mais novos estão acostumados a serem cuidados assim como, os mais velhos se sentem na obrigação de protegê-los e cuidá-los. O equilíbrio entre irmãos é alcançado quando em troca de cuidado e proteção os irmãos mais novos honram aos mais velhos. Segundo Bert Hellinger, o lugar que guarda a força para a vida é aquele que nos compete na hierarquia familiar. No entanto, quando um irmão falece antes ou depois de nascer este lugar, pode ser diferente daquele que estamos acostumados a ocupar. Nem sempre sabemos ao certo quantos irmãos perdemos, já que essas são historias dolorosas e, portanto evitadas pela família, mas é provável que sintamos uma sensação de solidão ou que alguma coisa falta, pois nossa alma sempre sabe a verdade. O irmão que prossegue na vida sente que teve “mais sorte”. Hellingher chama isso de; “culpa do sobrevivente” Essa culpa pode ser expressa de diferentes maneiras como por exemplo, uma conduta demandante de atenção e cuidado, uma doença, uma sensação de eterna insatisfação, porém o denominador comum é que naturalmente a vida não flui. Através de um trabalho em uma constelação familiar é possível ordenar o que está desordenado, incluir aqueles que foram excluídos, não importa se estão vivos ou mortos. A nova imagem de ordem permite viver plenamente a experiência de pertencer a esta comunidade de destino. Quando de verdade podemos ver nossos irmãos, podemos reconhecer nossos pais neles. Essas semelhanças nos lembram que somos 100% de nossa mãe, assim como de nosso pai. Os irmãos são as testemunhas válidas que nos acompanham antes e depois da partida de nossos pais. E finalmente a chegada dos sobrinhos, assim como dos próprios filhos nos demonstram que a vida continua com a mesma força e plenitude que chegou até mim, e que esta é a única forma de retribuir o esforço dos nossos pais e todos os antepassados, sem os quais não existiríamos.
Dedico este artigo a meus amados irmãos em ordem de chegada; Manuel, Olivia, Silvio, José Luis, Antonio Luiz e todos os que não chegaram a nascer, antes e depois de mim, e que também tem um lugar no meu coração. Honro a todos por tudo aquilo que tomei e agradeço aos meus pais pela herança que enriquece minha vida.

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